domingo, 17 de maio de 2009

Anthony and the Johnsons @Theatro Circo, Braga


O senhor, de um profissionalismo tremendo, de um bom-humor surpreendente, e com uma voz tão bela, tão sincera, que ouvi-lo foi um dos melhores momentos de sempre, para mim, numa sala de concertos. Reparei que ele agarrou, a partir do primeiro segundo, o controlo-remoto das minhas emoções, manejando de tal forma, com a sua voz, com a sua música e poesia, que conseguiu em segundos, pôr-me a chorar, depois a rir, depois a dançar na cadeira, etc. Mas atenção, foi um chorar bom, o chorar que eu gosto, debulhado, contemplativo, feliz. O único chorar que devia ser permitido. Devia mesmo haver uma espécie de polícia da emoção, que verificasse as causas do choro, evitando e extinguindo a criminalidade do choro, que é o choro por dor. Mais ou menos assim:
" - O senhor sabe-me explicar porque é que esta menina está a chorar? magoou-a, ou cantou-lhe uma bela canção?
- Senhor polícia... desiludi-a, e fiz com que se sentisse pequenina e feia.
- Então vai ter de me acompanhar à esquadra."

3 comentários:

Anônimo disse...

eu tb estive no concerto em Braga...SOBERBO, INESQUECIVEL.

Anônimo disse...

e também valeria chorar em filmes foleiros?

Hawaiian PinUp Girl disse...

pois foi, senhor(a) anónimo(a), passaram 4 dias e ainda falo nele.

silvio: os filmes foleiros, se for por contemplação, podem ser chorados.